Fevereiro Laranja é uma campanha de conscientização no combate à leucemia, doença que se inicia na medula óssea, onde o sangue é produzido. A campanha alerta sobre a prevenção e destaca a importância da doação de medula óssea, tecido que encontra grandes dificuldades de compatibilidade entre pacientes e doadores. A Leucemia é o nono tipo de câncer mais frequente na população masculina, e o décimo primeiro entre as mulheres.
Leucemia: o que é?
A Leucemia é um tipo de câncer que afeta os leucócitos (glóbulos brancos) em sua fase de formação, na medula óssea, gerando células cancerosas e de rápida multiplicação.
Suas causas ainda não estão definidas, mas existem cada vez mais estudos que exploram seus possíveis fatores de risco (como o tabagismo, exposição ao benzeno, agrotóxicos e radiação, aspectos hereditários e de idade).
Ao falarmos em tratamento, é importante a sua detecção precoce, por exames médicos, recomendados a grupos de risco.
Tipos e subtipos
As leucemias se classificam em dois tipos (crônica e aguda), relacionadas à velocidade de evolução das células cancerígenas, lenta ou rapidamente. A partir desses dois tipos, elas podem ser classificadas em quatro subtipos.
– Leucemia linfoide crônica: mais frequente entre pessoas com mais de 55 anos. Afeta as células linfoides e se desenvolve de forma lenta.
– Leucemia mieloide crônica: principalmente em adultos. Afeta as células mieloides e tem evolução lenta.
– Leucemia linfoide aguda: é o tipo mais comum entre crianças pequenas (em menor frequência, também ocorre em adultos). Afeta células linfoides e agrava-se de maneira rápida.
– Leucemia mieloide aguda: ocorre tanto em crianças como adultos (o risco é maior com o aumento da idade). Afeta as células mieloides e avança rapidamente.
As células linfoides e mieloides são tipos de glóbulos brancos, produzidos pela medula óssea. A reprodução das células cancerígenas caracteriza a leucemia.
Sinais e sintomas
Os principais sintomas da doença são resultado da multiplicação das células cancerígenas na medula óssea, que impedem a produção de células sanguíneas normais.
– Redução de glóbulos vermelhos: leva à anemia (como consequência, a fadiga, falta de ar, dores de cabeça e palpitação);
– Redução de glóbulos brancos: afeta a imunidade (com maior suscetibilidade a infecções);
– Redução de plaquetas: gera sangramentos e equimoses (manchas roxas) e afeta o processo de cicatrização.
Além disso, outros sinais podem se apresentar: febre ou suores noturnos, perda de peso, inchaço e desconforto abdominal, dores nos ossos e articulações, dores de cabeça, náuseas e outros.
O diagnóstico, a classificação do tipo de leucemia e a iniciação do tratamento de forma precoce são fatores muito importantes.
A importância do diagnóstico precoce
Consultar um médico regularmente é o primeiro passo para manter os cuidados com o seu corpo e prevenir o aparecimento de doenças. Detectar um tumor em suas fases iniciais é muito importante para impedir a multiplicação das células cancerígenas. Na presença dos sintomas, o paciente deverá ser encaminhado a um hematologista para avaliação.
O hemograma é o principal exame de sangue para confirmação da suspeita da doença. Além dele, outras análises laboratoriais devem ser realizadas, como exames de bioquímica e da coagulação.
A confirmação diagnóstica é feita com o exame da medula óssea (mielograma). Nesse exame, é retirada uma pequena quantidade de sangue da região interna do osso e encaminhada à análise.
Em alguns casos, pode ser necessária a realização da biópsia da medula óssea. Nela, um pequeno pedaço do osso da bacia é retirado para análise por um patologista.
Fatores de Risco
Os principais fatores de risco para a leucemia incluem:
- Tratamento anterior de câncer: pessoas que já fizeram quimioterapia e terapia de radiação para outros tipos de câncer;
- Exposição a determinados produtos químicos; como o benzeno;
- Tabagismo: o cigarro aumenta o risco de leucemia mielóide aguda;
- Histórico familiar de leucemia.
A presença de dois ou mais fatores de risco indica um acompanhamento mais próximo, com a realização de consultas regulares com especialistas, a fim de observar o possível desenvolvimento do problema.
Tratamento
O tratamento busca eliminar as células leucêmicas para a recuperação da medula óssea, assim, ela pode voltar a produzir células normais. No entanto, cada tipo e subtipo de leucemia tem suas particularidades e são tratadas de formas diferentes, seguidas pelo médico.
Em alguns casos, o paciente pode ser conduzido e beneficiado pelo transplante de medula óssea, por isso é tão importante reforçar a campanha para doação.
Doar medula óssea é um ato de amor
A compatibilidade para o transplante de medula ainda é muito baixa e depende de uma busca profunda no REDOME (Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea).
A primeira opção é buscar um doador compatível na família. Infelizmente, o doador compatível (geralmente irmãos), só está disponível em cerca de um quarto dos casos. A partir disso, a busca se torna mais complexa e com menores chances de compatibilidade (1 para cada 100 mil casos).
Por isso, é tão importante se cadastrar no sistema. Ao se cadastrar em um hemocentro, seus dados são registrados para um possível caso de compatibilidade, e você é avisado para poder doar. Quanto maior o número de voluntários, maiores as chances de compatibilidade e combate à leucemia. Os requisitos para doar são:
– Ter entre 18 e 55 anos;
– Estar em bom estado de saúde;
– Não ter doença infecciosa ou incapacitante;
– Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (sangue) ou do sistema imunológico;
– Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.
Lute contra a leucemia e junte-se a esta causa!
Ter cuidado o ano todo é fundamental. Mantenha a saúde em dia, faça exames regulares, evite o tabagismo e cuide da sua alimentação.
Não esqueça da importância da doação de medula óssea. Para você, pode não fazer falta, mas para os pacientes de leucemia, pode fazer toda a diferença. Seja doador!
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